Quando a dor se torna crônica, os medicamentos nem sempre podem ser a melhor resposta. No artigo de hoje, você vai descobrir 7 grandes analgésicos que você não está usando e que são terapias com evidências científicas e que podem oferecer um eficaz e duradouro alívio.
Infelizmente, estima-se que cerca de 1,5 bilhão de pessoas no mundo vivem com alguma forma de dor crônica. De enxaqueca a problemas nas costas, fibromialgia, artrite, dor persistente de lesões antigas, dores por esforço repetitivo, e alista não tem fim. Embora medicamentos como anti-inflamatórios e opióides sejam úteis para tratar a dor aguda, muitas vezes, eles não fornecem alívio significativo para a dor crônica.
Ainda, no caso dos opióides, os efeitos colaterais podem ser nefastos. Contudo, em que pese a tristeza de tais dados, a boa notícia é que hoje existem vários tratamentos e abordagens não farmacológicas disponíveis e tais tratamentos prometem diminuir a dor crônica, ajudando as pessoas a terem uma vida leve e produtiva novamente. Aqui estão sete métodos apoiados pela ciência:
1. Redução do estresse baseada em atenção plena
Atualmente, essa prática é conhecida pelo nome “mindfulness” ou atenção plena, mas ela é mais do que uma palavra da moda, e definitivamente não é novidade. Com base em antigas práticas de meditação originárias das culturas orientais, o “mindfulness” está sendo gradualmente adotado pela medicina convencional para melhorar os sintomas de certas condições.
Assim, aprender a sintonizar seu corpo, conectar-se com o ambiente ao seu redor e ajudar sua mente a desacelerar tem inúmeros benefícios apoiados por pesquisas, tais como: reduzir o estresse, a dor crônica e até mesmo os sintomas de depressão e ansiedade. Também pode aumentar a sensação de bem-estar e autoconsciência.
Quando se trata de dor crônica, a intenção do treinamento de atenção plena é aprender sobre e potencialmente mudar suas percepções e reações à dor. Nesse sentido, estudos mostraram que um treinamento de oito semanas em mindfulness pode diminuir a frequência da dor, a sensibilidade e até mesmo, o desprazer da própria dor. Isso não significa que a dor é psicológica. Na verdade, exames de ressonância magnética mostraram que praticar atenção plena pode mudar a resposta da dor no seu cérebro.
Cursos de redução de estresse baseados em mindfulness, normalmente desenvolvem-se em um ambiente de grupo com um instrutor, ou alguns podem explorar a prática de mindfulness de forma independente por meio de livros ou gravações de áudio. As atividades geralmente incluem meditação guiada e discussões em grupo, exercícios de escrita para facilitar a autorreflexão e outras práticas, como a bondade amorosa.
2. Prática de Yoga
A prática do yoga é reconhecida como uma abordagem eficaz no alívio das dores crônicas em muitas pessoas. Existem várias razões pelas quais o yoga pode proporcionar alívio nesses casos.
Primeiramente, o yoga envolve a combinação de posturas físicas (asanas), técnicas de respiração (pranayama) e meditação. Essa combinação trabalha em conjunto para promover o relaxamento profundo, reduzir a tensão muscular e melhorar a circulação sanguínea. Ao praticar asanas específicos, o corpo se alonga e se fortalece de forma suave, por isso pode ajudar a aliviar a rigidez e a dor nas articulações.
Além disso, o yoga enfoca a consciência do corpo e a conexão mente-corpo. Através da prática regular, os praticantes aprendem a cultivar uma maior consciência de suas sensações físicas, emocionais e mentais. Isso permite que identifiquem áreas de tensão e desequilíbrio no corpo, e adotem abordagens suaves para liberar a tensão acumulada.
Nesse sentido, o aspecto meditativo do yoga também desempenha um papel importante no alívio da dor crônica. A meditação promove um estado de calma e relaxamento profundo, reduzindo o estresse e a ansiedade que podem agravar a percepção da dor. Além disso, a meditação ajuda a direcionar a atenção para além da sensação de dor, permitindo que a pessoa desenvolva uma relação mais equilibrada com suas experiências físicas.
Por fim, a prática do yoga estimula a liberação de endorfinas, neurotransmissores que atuam como analgésicos naturais. Essas substâncias químicas do corpo são conhecidas por aliviar a dor e promover uma sensação de bem-estar geral.
3. Teoria do reprocessamento da dor
A teoria do reprocessamento da dor, também conhecida como Pain Reprocessing Theory (PRT), é uma abordagem inovadora no campo da neurociência da dor. Essa teoria propõe que a dor crônica resulta de uma disfunção no processamento neural, onde os sinais de dor chegam ao sistema nervoso central mesmo após a lesão ou causa original ter sido curada.
De acordo com a PRT, esses sinais de dor persistente resultam de memórias traumáticas relacionadas à dor, que estão armazenadas no cérebro e são reativadas repetidamente. Dessa forma, essas memórias podem levar à sensibilização do sistema nervoso, amplificando a percepção da dor e gerando um ciclo de dor crônica.
No Brasil, a teoria do reprocessamento da dor t aplicada como parte de abordagens terapêuticas integrativas para o tratamento da dor crônica. O objetivo principal é reprocessar as memórias traumáticas relacionadas à dor, permitindo que o cérebro reconheça que o perigo já passou e que a dor persistente não é necessária para proteger o corpo.
4. Acupuntura
A acupuntura é uma prática milenar da medicina tradicional chinesa que tem se mostrado eficaz no tratamento de dores crônicas. Baseada na teoria de que o corpo possui canais de energia chamados de meridianos, a acupuntura busca restaurar o equilíbrio desses canais para promover a saúde e aliviar a dor.
Durante uma sessão de acupuntura, são inseridas finas agulhas em pontos específicos ao longo dos meridianos do corpo. Esses pontos de acupuntura são escolhidos de acordo com o quadro clínico e as queixas individuais do paciente. Acredita-se que a estimulação desses pontos promova a liberação de substâncias químicas, como endorfinas e serotonina, que atuam como analgésicos naturais e promovem uma sensação de bem-estar.
No contexto das dores crônicas, a acupuntura tem sido amplamente utilizada como uma terapia complementar para aliviar a dor e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Estudos científicos têm demonstrado que a acupuntura pode ser eficaz no tratamento de condições como dores nas costas, enxaquecas, artrite, fibromialgia e neuropatias, entre outras.
Além do alívio da dor, a acupuntura também pode auxiliar no relaxamento muscular, redução da inflamação e melhoria da circulação sanguínea. Ela pode ser uma opção de tratamento segura, desde que realizada por um profissional devidamente treinado e qualificado.
5. Terapia Cognitivo Comportamental
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem psicoterapêutica que tem se mostrado eficaz no tratamento da dor crônica. Ela se baseia na ideia de que nossos pensamentos, emoções e comportamentos estão interligados e influenciam nossa experiência de dor.
Na TCC aplicada à dor crônica, o foco está em identificar e modificar os padrões de pensamento negativos e crenças disfuncionais em relação à dor. Muitas vezes, as pessoas com dor crônica desenvolvem pensamentos automáticos negativos, como catastrofizar a dor, acreditar que não podem fazer nada para melhorar ou temer atividades que podem aumentar a dor. Esses pensamentos podem intensificar a percepção da dor e levar a um ciclo de sofrimento e limitação.
A TCC ajuda o indivíduo a reconhecer esses padrões de pensamento negativos e substituí-los por pensamentos mais realistas e adaptativos. Isso envolve desafiar crenças negativas, buscar evidências contrárias às suposições negativas e desenvolver estratégias para lidar com a dor de forma mais eficaz.
Além disso, a TCC também se concentra em mudanças comportamentais. Os indivíduos são encorajados a aumentar gradualmente a atividade física e retomar suas rotinas diárias, mesmo que isso signifique lidar com um certo grau de desconforto. Essa abordagem gradual ajuda a reverter o ciclo de inatividade e medo da dor, promovendo uma maior funcionalidade e qualidade de vida.
A TCC também pode incluir técnicas de relaxamento, estratégias de enfrentamento do estresse e treinamento em habilidades de resolução de problemas. Essas técnicas visam reduzir a ansiedade, melhorar a gestão do estresse e ajudar o indivíduo a lidar de maneira mais eficaz com a dor crônica.
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6. Quiropraxia
A quiropraxia é uma prática terapêutica não invasiva que se concentra no diagnóstico, tratamento e prevenção de distúrbios do sistema músculo-esquelético, especialmente na coluna vertebral. Seu objetivo é restaurar o equilíbrio e a função adequada do corpo, promovendo a saúde geral e aliviando dores crônicas.
Os quiropraxistas acreditam que muitas dores crônicas estão relacionadas a desalinhamentos da coluna vertebral, conhecidos como subluxações. Essas subluxações podem interferir no funcionamento normal dos nervos, músculos e articulações, resultando em dor, inflamação e disfunção.
Durante uma sessão de quiropraxia, o quiropraxista utiliza técnicas manuais específicas para ajustar a coluna vertebral e corrigir essas subluxações. A técnica consiste em usar movimentos precisos e suaves, direcionados às áreas afetadas. O ajuste quiroprático visa realinhar as vértebras e restaurar o fluxo adequado de energia e informações entre o sistema nervoso e o corpo.
Ao corrigir as subluxações, a quiropraxia ajuda a aliviar a pressão sobre os nervos, reduzir a inflamação e promover a cura natural do corpo. Esse processo pode ajudar a aliviar dores crônicas, como dores nas costas, dores no pescoço, dores de cabeça, dores articulares e musculares, entre outras.
8. Fisioterapia
A fisioterapia é uma disciplina da área da saúde que visa prevenir, tratar e reabilitar distúrbios físicos e funcionais do corpo humano. Ela desempenha um papel importante no alívio e no gerenciamento das dores crônicas.
Um dos principais objetivos da fisioterapia no tratamento da dor crônica é reduzir a inflamação, melhorar a circulação sanguínea e promover a cura. Isso pode ser alcançado por meio de técnicas como terapia manual, prescrição de exercícios terapêuticos, que visam fortalecer os músculos, melhorar a estabilidade e a postura, uso de eletroterapia, ultrassom, crioterapia e calor, que ajudam a reduzir a dor, diminuir a inflamação e promover a recuperação dos tecidos lesionados.
É importante ressaltar que a fisioterapia é um processo gradual e contínuo, portanto pode necessitar de uma série de sessões para obter resultados significativos. A colaboração do paciente é fundamental, seguindo as recomendações do fisioterapeuta e mantendo a consistência nas práticas de exercícios e autocuidado.
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