Se o vinho faz bem para a saúde é a dúvida mais recorrente dos consumidores da bebida. Mas, infelizmente não há uma resposta única para essa pergunta.
A maioria de estudos científicos existentes apontam que sim, o vinho faz bem à saúde, contudo, existe um estudo que outro que refere que a presença do álcool, por menor que seja, é tão maléfica que não valeria a pena o consumo.
Então, ficamos nós, consumidores, com o poder de decisão.
Qual é a quantidade recomendada para se obter os benefícios do vinho?
Em síntese, aueles que entendem que o consumo de vinho faz bem para a saúde, concordam que a quantidade ideal a ser consumida para se obter os benefícios, seria de uma a duas taças por dia.
Todos os vinhos fazem bem para a saúde?
As pesquisas apontam que o vinho tinto tem, em média, 10 vezes mais polifenóis do que os vinhos brancos e roses , por isso é o mais benéfico e o mais estudado.
Os polifenóis são compostos orgânicos encontrados principalmente em plantas e frutas e que apresentam propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.
A ação antioxidativa dos polifenóis é muito potente, por isso melhoram o perfil lipídico, estimulando o aumento do HDL (colesterol bom).
Nesse sentido, quanto aos mecanismos de proteção do vinho tinto, os polifenóis reduzem a agregação de plaquetas e melhoram a fibrinólise (processo que impede a formação de coágulos).
Se você quiser saber mais sobre os polifenóis, faça a leitura do artigo abaixo, clicando sobre o título:
Polifenóis, qual o seu papel na saúde?
O consumo de suco de uva, assim como o vinho, também faz bem à saúde?
Primeiramente, em se tratando de bebidas derivadas da uva, um dos componentes mais pesquisados é o polifenol conhecido por RESVERATROL, presente nas sementes e cascas da fruta e, em grande quantidade, nos vinhos tintos.
Todas as bebidas feitas de uva possuem resveratrol, então o suco de uva também é considerado fonte desse elemento.
Mas, a quantidade de resveratrol e de outros compostos bioativos da uva presentes no suco é muito menor do que os presentes no vinho tinto.
Isso porque, o processo de fermentação do vinho, demanda tempo maior e propicia a liberação de maior quantidade de resveratrol na bebida.
Atualmente, muitas pesquisas e trabalhos tem sido feitos objetivando aumentar a quantidade de resveratrol nos sucos. Em razão destes estudos, há um consenso entre os pesquisadores de que o suco integral de uva é o que possui a maior quantidade em comparação aos outros tipos de sucos e refrescos, como os néctars, por exemplo.
Enquanto isso, estudos em humanos apontam que o resveratrol presente no consumo de 500 ml de vinho por semana, já seria suficiente para reduzir o risco de aterosclerose, reperfusão-isquêmica no coração e no cérebro.
Ainda, quanto à saúde, a maioria das ações biológicas protetoras do vinho foi associada com o resveratrol, por suas propriedades intrínsecas e seqüestradoras de radicais livres. Veja a seguir, a lista de doenças que o consumo de vinho pode ajudar a diminuir.
E, se você entende que o consumo de vinho faz bem para a saúde e quer aprender mais sobre o mundo dessa magnífica bebida, então leia nosso outro artigo sobre vinhos, clicando aqui.
Lista de doenças que o consumo moderado de vinho ajuda a diminuir:
– Artrite:
Doença auto-imune caracterizada pela inflamação das articulações. Estudos realizados por investigadores de uma universidade da Suécia revelaram que as pessoas que bebem em torno de cinco taças de vinho por semana, diminuem em 50% a chance de desenvolver a doença.
– Câncer:
Alguns estudos populacionais mostram uma redução da mortalidade por doença coronária e
por câncer em consumidores rotineiros de vinho. Outros estudos já apontaram a diminuição da chance de desenvolver Linfoma não-Hodking.
– Diabetes:
O vinho consumido de forma moderada melhora a sensibilidade das células periféricas à insulina, sendo interessante nos pacientes com diabetes tipo 2 (não insulino-dependente). Além disto, o vinho reduz as chances de morte por infarto do miocárdio em pacientes com diabetes tipo 2. Em mulheres, um estudo mostra que o vinho pode reduzir as chances de surgimento de diabetes.
– Doenças do aparelho digestivo:
Sabe-se que o consumo moderado de vinho está associado a uma menor incidência de úlcera péptica por uma série de razões: alívio do estresse, inibição da histamina, ação antimicrobiana contra o Helicobacter pylori, bactéria implicada na gênese da úlcera duodenal. Por atuar sobre o colesterol, o vinho parece reduzir as chances de formação de cálculos no interior da vesícula biliar;
– Doenças do aparelho urinário:
Estudos mostram que o vinho é capaz de reduzir em até 60% o risco de formação de cálculos urinários, ao estimular a diurese.
– Doenças do cérebro:
Alguns especialistas afirmam que o vinho parece reduzir o risco de demência, incluindo o Mal de Alzheimer. Os polifenóis presentes no vinho (principalmente nos tintos) seriam os responsáveis por evitar o envelhecimento das células cerebrais. Além da ação antioxidante, os vinhos melhoram a circulação cerebral, como fazem com a circulação coronária. Sabe-se, ainda, que as chances de apresentar depressão são menores em consumidores moderados de vinho.
– Doenças coronárias:
O consumo moderado de vinho controla os níveis sangüíneos de algumas substâncias químicas inflamatórias chamadas citocinas. Estas, por sua vez, afetam o colesterol e as proteínas da coagulação. O vinho é capaz de reduzir os níveis de LDL (colesterol ruim e aumentar os de HDL (colesterol bom). Com relação à coagulação, o vinho torna as plaquetas presentes no sangue menos aderentes e reduz os níveis de fibrina, evitando que o sangue coagule em locais errados. Estes efeitos poderiam prevenir o entupimento de uma coronária, evitando um infarto do miocárdio.
– Doenças respiratórias:
Experimentos recentes têm demonstrado que o vinho é capaz de reduzir as chances de uma infecção pulmonar, sendo mais eficaz que alguns antibióticos modernos (NEWS.MED, 2011).
– Efeitos colaterais da radioterapia em mulheres:
De acordo com alguns estudos, a bebida pode ajudar a prevenir os problemas de pele enfrentados por dois terços das mulheres submetidas ao tratamento com radiação. Especialistas destacam que essas manifestações dermatológicas estão entre os principais efeitos adversos da radioterapia. Os medicamentos para a prevenção desses problemas têm alto custo, além de apresentarem efeitos colaterais, podendo inclusive, proteger as células de tumor da mama.
– Emagrecimento:
Estudos sugerem que, se tomado com moderação, o vinho auxilia no emagrecimento, pois estimula a função pancreática, responsável pela queima das gorduras.
– Herpes:
Uma investigação realizada por cientistas da Universidade Northeastern Ohio, nos Estados Unidos, sugere que o resveratrol pode se tornar um bom remédio contra o herpes. A substância se mostrou capaz de inibir a multiplicação do vírus que provoca a doença;
– Ossos:
Alguns estudos populacionais têm demonstrado que o consumo de pequenas quantidades de vinho é capaz de melhorar a densidade óssea, reduzindo as chances de osteoporose;
– Sangue e anemia:
O álcool ajuda o organismo a absorver melhor o ferro ingerido nos alimentos. Além disto, um copo de vinho tinto contém, em média, 0,5 mg de ferro;
– Tratamentos estéticos:
Tem efeito antiidade, pois estimula a produção de colágeno e elastina, substâncias responsáveis por deixar a pele firme. Um desses tratamentos para combater os sinais do envelhecimento é a vinoterapia, que pode ser feita com banhos de imersão ou com cosméticos à base de vinho. Esse tratamento previneo surgimento de rugas e linhas de expressão e ajuda a deixar a pele mais hidratada.
– Visão:
Sua ação antioxidante diminui a degeneração ocular, causa comum de cegueira em idosos (NEWS.MED, 2011);
Bibliografia para a parte de saúde:
1- ANDRADE, A. C. M.. Ação do vinho tinto sobre o sistema nervoso
simpático e função endotelial em pacientes hipertensos e hipercolesterolêmicos. 114 p. Tese (Doutorado Ciências Área de Concentração: Cardiologia) – Faculdade de Medicina de São Paulo (USP), 2006. Disponível em: <http://www.cardiopneumo.incor.usp.br>.
2- DAVID, J. M. P. et al. Resveratrol. Ações e benefícios a saúde. Diálogos e Ciência – Revista da rede de ensino, FTC. Ano V, n. 10, maio 2007. Disponível em: <http://www.ftc.br/dialogos>.
3- GIEHL, M. R. et al. Eficácia dos flavonóides da uva, vinho tinto e suco de uva tinto na prevenção e no tratamento secundário da aterosclerose. Scientia Medica, Porto Alegre, v. 17, n. 3, p. 145-155, jul./set.
2007
4- SBC. Sociedade Brasileira de Cardiologia. III Diretrizes Brasileiras Sobre Dislipidemias e Diretriz de Prevenção da Aterosclerose do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia São Paulo. Disponível em: <http://publicacoes.cardiol.br
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